Estamos a viver uma situação completamente diferente de qualquer cenário que pudessemos ter previsto como docentes e tivemos que nos reinventar como nunca antes, com o objetivo principal de que “os nossos meninos e meninas” (em quem pensamos todos os dias) possam continuar a aprender.
Por um lado, estamos a fazer coisas que nem sequer nos passavam pela cabeça há algum tempo, e isso é maravilhoso. Temos muitas ferramentas ao nosso dispor e percebemos que elas podem ser muito úteis para nós. Por exemplo, tivemos que substituir os grandes murais que colávamos nas paredes por murais digitais colaborativos.
Mas não devemos esquecer as famílias, que tiveram que se adaptar sem aviso prévio. Mais do que nunca, é fundamental acompanhá-las com a maior empatia possível, transmitindo tranquilidade e encorajamento. Pessoalmente, estenderam-me a sua mão como uma ponte para chegar aos seus filhos. Tornaram-se uma via transmissora de conhecimento e emoções.
Por tudo isto, estamos numa fase em que temos e podemos valorizar e desejar detalhes que dantes pareciam insignificantes, como os abraços das crianças, as suas histórias, o luxo da comunicação direta, etc. … No entanto, graças a esta situação excepcional, percebemos que o processo educativo se desenvolve melhor na proximidade do que na distância dos nossos alunos, mas a chave é sempre agir com o coração.
Sara Falagán Carbajo
Champagnat de León
Vivemos tempos complicados: isolados, sem encontros, sem saudações, sem outro espaço a que recorrer senão as nossas casas; a natureza deixou-nos trancados, convidou-nos a explorar novos recantos, novos desafios, novas dimensões…, reposicionando-nos para que a vida lá fora possa fluir.
E nós, mais velhos ou mais jovens, confinados, enfrentamos novas formas de comunicação, de aprendizagem, de conexão com o conhecimento, com os recursos que
Aprendendo jogo a jogo, atuando como uma equipa que se complementa, se anima e se recompõe através de écrans, tutoriais, videoconferências, novos canais de aprendizagem que sem dúvida irão fortalecer os nossos potenciais, os nossos laços, apesar da distância. São momentos de descobertas, de capacidades ocultas que pedem para vir à superfície, de brainstormings recolhidos no meu quadro, de conversas atrasadas que hoje prometo partilhar, de oportunidades de entender que nesta rotina existem espaços para a leitura, criatividade, atividade física e para fortalecer os laços entre pais, alunos, professores, etc….
Vamos sair desta situação como uma Fénix, mais empáticos, mais firmes e com maior auto-estima, sabendo que, tal como sempre, o melhor ainda para vir!!!
Nuria Buján Garrido
Professora de TUI
No dia 13 de março fecharam-se as escolas com um futuro incerto e preocupante à nossa frente. Lembro-me da emoção daquele dia, de ver os meus alunos do 3º ano a encherem as suas mochilas com todos os livros, materiais, estojos, … “por precaução, que nunca se sabe”; despedimo-nos com abraços, com um “até breve”, e alguns até disseram “que tenha um bom fim de semana!”….
E a partir daí começou uma nova etapa que também perdurará nas nossas memórias: “Como é que iremos ensinar agora, sem a magia do contacto direto, da presença?” Ora bem, a mágica aconteceu. Após alguns primeiros dias de turbulência e incerteza, a nova escola surgiu. Pais, professores e alunos dando o litro em aprendizagem cooperativa: quem poderia ter imaginado? E ainda por cima à distância… Gerindo tecnologias só com um curso acelerado caseiro, aprendendo tudo o que pudesse ajudá-los a aprender. Mas que alegria! E tudo isso não os fez perder a criatividade: já há vários e-mails e pastas no meu Drive, onde apareceram receitas, jogos inventados, artesanato incrível, anedotas, etc.. É que eles também estão a ser professores nesta fase de confinamento. Como é maravilhosa a lição que nos estão a dar: aceitar e compreender que não podem ir ao parque, aplaudir todos os dias com o mesmo entusiasmo, fazer os TPC sem a explicação do professor e inventar mil atividades contra o tédio e, no final, sempre a sorrir.
Eu descobri algo importante: que existe um fio, um fio invisível que une os nossos corações, sim, o mesmo que os nossos alunos têm gravados nas suas camisolas e de que Marcelino já nos falou. É o fio do amor e da confiança, e se o ensino à distância está a funcionar é porque eles confiam em nós, nos seus professores, e fazem-no porque também nós confiamos neles desde o primeiro dia.
Obrigada a todos, famílias e crianças, e muito obrigada também pelos vossos e-mails de agradecimento. Quando estas “férias do coronavírus” terminarem, como diz o meu queridíssimo aluno com TEA, regressaremos a tudo aquilo de que sentimos tanta falta: as suas vozes, os seus risos, até as suas queixas, os seus olhares atentos, aquele cheiro de sala de aula cheia, com todos ansiosos por aprender e nos divertirmos juntos. Enquanto isso, as salas de aula estão vazias, mas o nosso coração está mais cheio do que nunca. Até breve.
Adoramos-vos!
Alicia Gutiérrez Baeza
Professora do 3º ano da Primária do CCV
BD realizada por Carla García. 3ºC Primária CCV
E chegou o dia em que professores e alunos foram separados por um ecrã.
Na minha cabeça, nos primeiros dias só ecoavam pensamentos do tipo: será que eles vão saber como lidar com as suas emoções? Como é que os podemos ajudar sem os ver? Há muita informação na sua comunicação não verbal….
Mas mais uma vez surpreendemo-nos e reinventámo-nos. Os professores dão tudo de si em aulas on-line, novas vidas como YouTubers, criando novos materiais para chegar aos alunos e tentar fazer-lhes ver o lado positivo de tudo isto.
E eles respondem ao carinho depositado em tudo o que fazemos, ganhando autonomia, compreensão, empatia, autocontrolo e resiliência.
É por isso que perdemos o medo de sermos julgados, de não fazer as coisas bem e largámos a nossa criatividade para ela voar, deixando de lado o sentido do ridículo.
Daí nasceu o “SuperMorfo”, um super-herói que aparece com o objetivo de rever toda a análise morfológica.
Alguns verão apenas a ponta do iceberg, o conteúdo. Mas por baixo está o sorriso deles, o trabalho dos neurónios-espelho com os quais aprenderão a se reinventar, a se esforçarem vendo que isso também pode ser feito com prazer e bem entretidos.
Só posso acrescentar uma coisa: que o teu objetivo sejam eles, apenas eles.
Amanda Battaner Peña
Professora de Primária do “Liceo Castilla” de Burgos
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